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Ser Educadora, porquê?

Desde muito cedo soube que queria ser Educadora de infância, por gostar de crianças, pela paciência que tinha, pelo sorriso fácil, pelos abraços e beijos dados inconscientemente, pela diversão, etc.

O meu pai é Professor do 1º ciclo e, muitas vezes, dizia-lhe que não me revia no seu papel, onde uma criança está sentada numa cadeira durante algumas horas a ouvir o professor e a trabalhar sobre o que foi ensinado. Imaginava-me numa sala onde pudéssemos deitar, sentar no chão, pular, dançar, cantar, pintar com as mãos, ser Cinderela ou um Pirata por um dia, etc. Não gosto de atividades monótonas e em que reinam as regras e disciplina.

Gosto do barulho, gosto dos sorrisos altos, gosto dos choros de saudade, gosto dos barulhos dos lápis, marcadores e dos pincéis a mergulhar na tinta. Gosto de ouvi-las a falar como donas de casa ou como os melhores corredores de carros quando brincam… Gosto de ver as suas produções e com orgulho mostrar aos coleguinhas! Gosto da ingenuidade e da espontaneidade!

Somos nós que ensinamos a serem autónomos, responsáveis, construtores da sua identidade, a serem pessoas sociáveis e damos a conhecer de forma mais divertida tudo aquilo que eles querem aprender.

Melhor profissão que esta? Não há, com toda a certeza.

Por isso, digo, muitas vezes, que não quero ser chamada de Professora Márcia, mas sim EDUCADORA Márcia. Sou Educadora de infância com orgulho e faço questão de demonstrar isso todos os dias com as minhas crianças e com os pais.

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